domingo, 4 de agosto de 2013


Com o tempo as amarras do passado se afrouxam feito amarras de um sapato que sai do pé e se perde na estrada. [delmo fonseca/erika valença]

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sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ele está por toda parte




Tenho pensado muito em egoísmo.

Que ele está por toda parte não é novidade alguma, mas, o que tem me chamado atenção, é egoísmo quando não se tem noção que o pratica.

Explico melhor:
Exemplo 1, a brochante:
- amiga, deixa eu te contar....  ganhei meu dia.... (isso a pessoa já se acha o máximo porque tem uma informação supostamente interessante, pelo menos pra ela)
- fala logo, mulher, tô curiosa...
-Sabe quem vai fazer show aqui na cidade?
- hummmmmm Bonde do Tigrão? Renato e seus blue caps?
Sim, o egoísmo começa aí, a partir do momento que ela só cita os seus cantores favoritos.
- Não, amiga, quem vem é nada mais nada menos que FULANO DE TAL iuuupi, finalmente poderei ir a um show dele, não vejo a hora (pulos de alegria)
- Afe, EU não vejo graça em FULANO DE TAL.
Claro que a fã de Fulano de Tal, automaticamente, fica passada.
É aí onde vem um questionamento. Por que será que sempre o que importa é o meu EU? Ou seria eu muito tola em acreditar que ainda existe gente que se alegra com a alegria alheia, independentemente de gosto, mas sim pelo fato de ver alguém alegre?

Exemplo 2, a mal educada:
Logo cedo chega uma mensagem no celular com o seguinte texto:
“EU não aguento mais Fulana. Estou (EU) exausta.”
Por mais que se tenha necessidade de um desabafo, reza a cartilha de bons modos que cumprimentar as pessoas é fundamental e sinônimo de boa educação. Não é de bom tom vomitar desabafos sem pelo menos um cordial “bom dia”. Tudo depende da maneira como se fala e do tom que se “imprime” nos textos. Não falo de formalidade, mas de educação. Exemplo de mensagem, com o mesmo conteúdo, e que poderia ter sido utilizada: “Oi Fulana, bom dia! Preciso desabafar, não estou mais aguentando fulana, estou tão cansada” . Tudo fica mais leve. A receptora pode até estar com muitos problemas mas, com certeza,  se empenhará em responder ao SMS.

Exemplo 3, o sabe tudo competidor:
Esse tipo de egoísta a é aquele que nunca deixa a pessoa contar uma “história” sem querer se sobressair, se meter no meio, saber mais ou relatar circunstâncias melhores/piores do que a que você tenta falar. Não que seja necessário plateia, não, mas respeito. Agora, ilustrando:
Em um ambiente coletivo o cidadão chega todo falante:

Cena 1
- Gente, levei um tranca de uma moto no começo da rua. Eu vinha....
- Ah meu filho, a entrada dessa rua é realmente um caos um dia levei um tranca que só eu sei como to viva aqui pra contar.

Cena 2
-  Pense que eu estou com dor de cabeça
- Ah! Você não está... só eu sei a que eu tô

Cena 3
- Pessoal, eu comi um creme brulé tão.........
- Já comesse o do Bistrô Crackelado? É muito, mas muito melhor do que você possa imaginar. De comer chorando e rezando.


Bem, pode não parecer, mas tudo isso é egoísmo. Ele está por toda parte, em alguns momentos, disfarçado como lobo em pele de cordeiro, em outros, escrachado, ali na nossa cara, dançando cancan e a gente imaginando que se trata apenas de um caso de carência ou qualquer outro sentimento que nos dê pena. Se bem que, o melhor sentimento que se pode manifestar nessas situações é realmente pena. 

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segunda-feira, 28 de maio de 2012

Em um bisaco distante....


Eles pouco se conheciam. Tinham apenas uma amiga em comum e olhares, muitos olhares profundos, ricos em pureza e sentimento. Ele, tinha namorada e era fiel e ela, acabara de sair de um relacionamento de anos e, naquele momento, pouco tinha interesse em algo novo. Viam-se apenas na faculdade, entre um intervalo e outro, uma aula e outra, nada programado ou muito menos marcado.

Havia naqueles dois, algo que só o cosmos é capaz de explicar. Em um certo dia nublado e sem graça, a amiga chamou-a para sair, ela aceitou. Chegando ao lugar, que era feio, cheio de gente esquisita, não achou graça em nada que vira e logo começou a chamar pra ir embora. Já impaciente, levanta-se e para a sua surpresa, encontrou aquele olhar. Ele, surpreso, pela primeira vez sorriu. Ela, retribuiu. Ambos permaneceram nos seus guetos mais calmos e confiantes.

No lugar, tocava uma música estilo rock psicodélico, e esse estilo de música não agradava a nenhum dos dois, mas a presença de um, mesmo que distante do outro, agradava e os faziam permanecer firmes, na certeza de que algo ainda estava por vir. De repente, começou a chover, e todos do lugar foram obrigados a se abrigar na parte coberta. Eles, ambos piscianos, não tinham pressa, caminhavam lentamente. Era como se o mundo começasse a parar e eles iam ficando para trás. A chuva aumentava quando num passe de mágica, aquela música louca parou e começou a tocar uma linda música lenta.

Só de olhar, eles muito se conheciam e ali, no meio da rua, se abraçaram e começaram a dançar. A chuva aumentava, mas, eles não notaram nada e lá continuaram abraçados. Ela com a cabeça recostada no peito dele e ele com a mão na sua nuca e sentindo o seu perfume que se misturava com o chão molhado.

Estiou e voltaram para os seus lugares de origem. Chegou o momento de voltar e, em companhia da amiga, ela seguiu. A caminho para o carro, ela sentiu que algo segurava o seu braço. Era ele. Era ele que pediu que ela fosse com ele. Era a primeira vez que havia vozes entre eles. Ela foi. Caminharam para o carro. Tudo a postos, é hora de voltar. Ele liga o som do carro e, para a surpresa de ambos, mesmo antes dele perguntar pra onde iria, notam que a música que ali tocava era a mesma da chuva, a mesma que antes, haviam dançado.

Aqueles olhares firmes que antes existiam foram se inundando por lágrimas que, para dois piscianos, foi impossível de segurar. Choraram abraçados. Ele passava as mãos pelo cabelo dela e ela alisava seu rosto e sua barba por fazer. Ao fim da música, choraram de rir.

Ele ouviu a voz dela a primeira vez quando indicou o caminho da sua casa. No trajeto, apenas, de maneira feliz, entoaram músicas de muitos estilos. Os dois agora se ouviam. Ao chegar no destino, ela, envergonhada, agradeceu e ele deu-lhe um beijo na mão. Foram embora.

No outro dia, o pior aconteceu. Ele sofreu um assalto e nessa situação perdeu sua vida. Hoje, ela, que guarda na sua alma esse momento, tenta escrever essa crônica, mas, com lágrimas nos olhos não consegue finalizar, mas, como é botar um ponto final se amor não se finaliza? 

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segunda-feira, 19 de março de 2012

in certo


É com as mãos ainda suja que esboço esse primeiro verso.
É com a alma ainda por lavar que traço as primeiras palavras mal escolhidas
Livrar-me das amarras e acreditar que tudo ainda pode ser diferente
É com a incerteza do dia a dia,
com a tristeza cravada da saudade de alguém que se foi
e com o fato de não ter mais nada pra começar a luta
que a melancolia vibra e corroi.
Sinto o cheiro da gota de orvalho matinal do meu tempo de criança
e através desse perfume, tento me refazer e encontrar o momento absoluto de voar
Voar distante e acreditar que do alto eu verei o que sempre sonhei: a paz

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terça-feira, 6 de março de 2012

Ela e eu

Talvez, só ela possa me compreender.Ou talvez só ela seja capaz de aceitar, silenciosamente, o que falo.
É com ela que resmungo e xingo.
E é pelo seu silêncio que, sozinha no mundo
consigo fazer brotar um pequeno sentimento de paz.
Na sua simplicidade
imprimo o amargo do sonho frustrado,
cuspo o veneno mais letal de minh´alma,
costuro um futuro inexistente
e remendo os pedaços do que ainda me restou da vida.
Sempre fiel e presente,
desdobro minha humilde escrita em versos pequenos e banais
e com a poesia caminho de mãos dadas para sempre.
O rumo? Eu não sei, ela muito menos.

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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ela vai casar!

Como é bom ver a felicidade de uma amiga, como é bom ser amiga dela.

Ela chegou do jeito dela, botando moral. Foi assim que começou uma amizade que dura mais de uma década. Nesse tempo, vivemos tantas coisas juntas: rimos, choramos, bebemos, trabalhamos  e tantos outros “amos”, que não dá pra listar.

Hoje, divido com ela a felicidade pelo seu casamento, pelo início de uma nova fase e celebro sempre, para toda a minha vida, a nossa amizade.

Felicidade, AnaQ!

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©2009Erika Valença | by TNB